A história do futebol está repleta de equipas que surpreenderam tudo e todos, não só pelo seu futebol, como também pelas conquistas. A última das quais terá sido o Leicester City, na sua fantástica caminhada até ao título Inglês. Contudo, sete anos antes, a Alemanha já havia ficado boquiaberta com o feito histórico do Wolfsburg.
Numa equipa onde a língua de Camões era um dos idiomas mais falados – Portugueses, Brasileiros e ex-jogadores da liga Portuguesa alinhavam nos lobos – a equipa orientada por Felix Magath vestiu perfeitamente a pele de Underdog, batendo o Bayern Munique por dois pontos e conquistando a Bundesliga.
Texto por José Silva
Sem aura de campeão
A previsão inicial dos media desportivos Alemães, era de que o clube presidido por Francisco Garcia Sanz conseguiria lugar entre os cinco melhores no campeonato. Os favoritos eram o Bayern (naturalmente) e o Estugarda (que havia sido campeão duas épocas antes). A missão de Magath era, ainda assim, hercúlea. Isto porque o técnico Germânico tinha como objetivo levar o Wolfsburg - uma equipa que habitualmente se posiciona a meio da tabela - à Europa. The Wolves tiveram o chamado “fator Magath” – O treinador Alemão já havia sido campeão Alemão em duas ocasiões pelo que já não haviam segredos para ele na Bundesliga. Com os métodos implementados por Felix, a equipa chegou ao topo do futebol Alemão na temporada 2008/09, sem que fosse apelidado de “milagre”. Entre as goleadas conseguidas, está um estrondoso 5-1 frente ao Bayern Munique…
Na taça Alemã seriam eliminados pelo Werder Bremen (que viria a ganhar a competição). Já na taça UEFA a eliminação seria aos pés do PSG, nos 1/16 avos de final.
Onze base (4-4-2 losango ou 4-3-3)

Outros jogadores:
· Alex (D), Rodrigo Alvim (D), Makoto Hasebe (D), Sascha Riether (D), Jacek Krzynowek (M), Mahir Saglık (A).
A atacar:
A equipa apostava na eficácia dos seus homens mais avançados - Dzeko e Grafite – que marcaram, entre eles, 54 dos 80 golos do Wolfsburg no campeonato. Se por um lado o Bósnio era mais posicional e mais disponível para o jogo de cabeça, por outro Grafite era tecnicamente mais evoluído e mais móvel. O maestro da equipa era Misimovic. O Bósnio com nacionalidade Alemã registou 20 assistências ao longo do campeonato. Os laterais eram muito ofensivos e subiam à “boleia” das tabelas que faziam com os médios interiores. Depois apostavam em cruzamentos para a área, ou para a entrada da mesma. De resto, a equipa utilizava muito tabelas e passes entre linhas para chegar à área do adversário. As bolas paradas eram, também, uma forma muito utilizada para chegar aos golos.
A defender:
Magath tinha a fama de ser um treinador disciplinador. Dessa forma, a sua equipa tinha de dar tudo quando entrava em campo. Na zona mais recuada do terreno, tanto o internacional Português Ricardo Costa, como o Italiano Andrea Barzagli, eram sinónimo de qualidade defensiva e capacidade de liderança. De resto a linha defensiva custou aos lobos apenas 12 milhões de Euros. O capitão Josué assumia-se como “tampão” do meio campo da equipa, compensando muito bem os laterais, quando estes subiam. Na baliza o gigante Benaglio mostrou-se bastante seguro, o que levou o ex-Nacional a ser um dos titulares indiscutíveis.
A concorrência
· Bayern Munique
O clube Bávaro começou a temporada com Jurgen Klinsmann, mas acabou por ser Jupp Heynckes o treinador no final da temporada. Até lá, o conjunto de Munique fez uma temporada medíocre. A reter fica apenas a qualificação para os quartos de final da Champions League (onde seriam eliminados pelo Tiki Taka do Barcelona). Nesta equipa jogavam Lúcio (D), Daniel Van Buyten (D), Zé Roberto (M), Mark van Bommel (M), Lukas Podolski (A), Franck Ribéry (A), Luca Toni (A) ou Miroslav Klose (A).
· Estugarda
A equipa do sudoeste Alemão levou a luta pelo título até ao fim. Ficou a apenas um ponto do Bayern. Mas na taça UEFA não teve o mesmo engenho, acabando por ser eliminado nos 1/16 avos de final. No plantel dos Suábios estavam, por exemplo, Lehmann (GR), Khalid Boulahrouz (D), Ludovic Magnin (D), Sami Khedira (M), Élson (M), Ciprian Marica (A), Cacau (A) ou Mario Gómez (A).
Numa das épocas mais renhidas da história da Bundesliga, Herta de Berlim e Hamburgo também se intrometeram na luta pelo título, ficando a seis e oito pontos da liderança, respetivamente.
Pela primeira vez na sua história, o Wolfsburg sagrava-se campeão Alemão. Passados muitos anos, houve uma equipa que não veste de vermelho e branco a festejar a conquista do principal campeonato Alemão. Sem dúvida uma época para recordar.
Espero que tenham gostado, se assim foi, partilhem.
Comments