Os adeptos regressaram ao estádio para ver o Leipzig dar espetáculo. Apesar dos números não o demonstrarem, os Touros Vermelhos dominaram o jogo por completo e responderam da melhor maneira às vitórias de Bayern Munique e Borussia de Dortmund. Quanto ao Mainz mostrou muito pouco, mas contra este Leipzig poucos fariam melhor…
Texto por José Silva
Análise ao encontro
O RB Leipzig parte para a nova época com aspirações renovadas. Como já vem sendo hábito os Touros Vermelhos têm como principal objetivo a valorização de jovens jogadores através de bom futebol e vitórias, mas a boa campanha na Champions League na temporada transata aumentou a expectativa sobre a equipa do Leste da Alemanha. Para o jogo com o Mainz exibiram a 'receita' do costume: intensidade, poucos toques e muitos passes.

Talvez embalados pelo calor humano que se viveu no estádio - a Red Bull Arena pode contar com 8400 adeptos - o Leipzig entrou com grande intensidade no encontro, dominando-o a seu belo prazer. Sem Timo Werner a profundidade deixou de ser a prioridade absoluta, pelo que jogam de forma mais apoiada. Persistentes nas suas ideias, apostaram numa circulação de bola entre os corredores, esperando pelo momento certo para mover a bola para a referência ofensiva (Poulsen) e depois Olmo e/ou Forsberg tentavam ganhar a segunda bola. A polivalência que quase todos os jogadores apresentam tem tanto de admirável, como de essencial para o modelo de jogo: Klostermann e Halstenberg foram adaptados a centrais e isso beneficiou a equipa na construção de jogo (permitindo-lhes também variar entre o 3-4-3 e o 4-2-3-1), Forsberg e Olmo jogam livres atrás do ponta de lança, sendo essenciais para o jogo ofensivo entrelinhas. A linha da defesa esteve quase sempre subida, mas também optaram por construir mais recuados com a intenção de chamar à pressão os médios do Mainz e assim explorar o espaço nas suas costas. Por seu turno o Mainz mostrou (como era de esperar) não ter grandes argumentos para travar a dinâmica ofensiva dos Touros Vermelhos.

O Mainz apresentou-se num 4-2-3-1 com algumas variáveis, nomeadamente a utilização de dois avançados para pressionar alto e de três médios quando em bloco baixo. A nível ofensivo foi (quase) uma nulidade, já que raramente conseguiram passar pela teia defensiva do Leipzig - qualquer jogador do Mainz que recebesse a bola entrelinhas era imediatamente abafado por 3/4 jogadores da equipa da casa. Ainda assim os ataques eram feitos de forma rápida, com poucos toques e com a 'mira' apontada a Mateta, que estave muito desapoiado e portanto revelou-se alvo fácil para os defensores contrários. As melhores jogadas dos Karnevalsverein surgiram por intermédio da inspiração dos laterais (Baku e Brosinski), da visão de jogo do médio ofensivo Quaison ou da insistência de Mateta. Destaque ainda para Zentner, já que o guardião Alemão rubricou uma exibição de grande qualidade e evitou um resultado mais volumoso. Que bom que é ter adeptos no estádio...
Estatísticas

Os golos
1-0 Emil Forsberg (16 Minutos)
Dani Olmo é rasteirado na área e Forsberg aproveita para inaugurar o marcador de grande penalidade.
2-0 Yussuf Poulsen (22 Minutos)
Cruzamento de Klosterman e Poulsen aparece no segundo poste a cabecear para o segundo da partida.
2-1 Jean Mateta (48 Minutos)
Entrada fulgurante do Mainz no segundo tempo, com Quaison a desmarcar Mateta e o Francês a faturar. Primeiro remate e primeiro golo do Mainz.
3-1 Amadou Haidara (51 Minutos)
Cruzamento rasteiro de Angeliño, Poulsen desvia ligeiramente a bola e Forsberg, com alguma confusão à mistura, oferece o terceiro do Leipzig a Haidara.
A figura
Emil Forsberg - O internacional Sueco fez um golo, uma assistência e teve grande influência na manobra ofensiva da equipa. Os anos passam e a sua qualidade mantém-se, vai ser peça fulcral no RB Leipzig 2020/21.
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