Estratégia, emoção e golos. Foi este o sumário de Penafiel e Arouca, no jogo que abriu a 7ª jornada da Liga SABSEG. Os Durienses voltaram a entrar em falso, mas foram a tempo de recuperar. O Arouca volta a cometer erros capitais e acabou por deixar escapar dois pontos no limite.
Texto por José Silva
Análise ao encontro
Penafiel e Arouca defrontaram-se num embate que se previa, à partida, equilibrado. Os Durienses haviam marcado em todos os jogos na presente temporada, mas uma derrota no reduto da Académica levou a algumas mexidas no onze. Saíram Wagner, Mateus e Simãozinho, para as entradas de Vasco Braga, Gustavo Henrique e Ludovic.

O Penafiel apresentou-se no Estádio Municipal 25 de Abril no seu habitual esquema tático de 5-2-3. Com uma pressão intensa ao portador da bola, um bloco subido e muita gente no corredor central, procurando estorvar as saídas a jogar do Arouca. Apostaram numa circulação paciente, desde trás, de forma a contornar o bloco muito compacto dos visitantes. Nas alas colocavam sempre 2/3 jogadores, de forma a potenciar as combinações rápidas e os cruzamentos. Na construção saíam a três ou quatro jogadores (Capela e Paulo Henrique tinham papel importante). Júnior Franco e Vasco Braga foram verdadeiros 'descomplicadores' de jogo a meio terreno, ajudando bastante na circulação. Mateus jogou com grande mobilidade no ataque, dando apoio aos médios ou aparecendo com perigo na área. No segundo tempo o Arouca conseguiu algum ascendente e oportunidades, pelo que recuaram o bloco e procuraram explorar os contra ataques.
Já a formação visitante partiu para esta 7ª jornada com o estatuto de melhor defesa da 2ª Liga (a par da Académica de Coimbra). O emblema que veste de amarelo entrou forte e o golo madrugador permitiu que nunca perdessem o controlo do jogo.

O Arouca perfilou-se num sistema tático algo Bicéfalo. Isto porque as constantes movimentações de Leandro Silva permitia-lhes alternar entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1. A defender recuavam no terreno, juntando-se em pouco espaço, bloqueando as investidas contrárias pela zona central (algo que só não aconteceu praticamente no golo do Penafiel). Aproveitando o bloco subido do adversário, os comandados de Armando Evangelista exploraram o espaço nas costas dos laterais Rubro-Negros com grande desenvoltura (fruto de extremos rápidos, como são Bukia e Adílio). Na construção de jogo, Marco Soares, o grande esteio defensivo a meio campo, juntava-se aos centrais, com os laterais subidos (em especial Joel) e os extremos a pedir jogo por dentro. Ofori, titular na ausência de Pedro Moreira, esteve muito bem a guardar a bola e a dar sequência aos contra ataques, enquanto que Blondell foi a referência ofensiva capaz de segurar a bola e esperar por apoio ou ganhar lances aéreos dentro de área. Com o aproximar do terminus do encontro, o jogo perdeu muita qualidade, com as equipas a sentirem dificuldade em ter bola e a empregarem menos intensidade na pressão. Resultado que se aceita e mantém, para já, as duas equipas bastante confortáveis na tabela.
Estatísticas

Os golos
0-1 Blondell (3 Minutos)
Passe longo de Marco Soares, com Joel a cruzar e Blondell, após um primeiro desvio de Bukia, a rematar para o primeiro da partida.
1-1 Gustavo Henrique (12 Minutos)
Muita passividade do meio campo Arouquense a resultar numa grande jogada individual de Gustavo Henrique, que após passar por Marco Soares e Basso, remata forte à entrada da área e restabelece o empate.
1-2 João Basso (70 Minutos)
Lance duvidoso à entrada da área do Penafiel, com o árbitro Fábio Melo a apontar para a marca de penalti. Má interpretação do árbitro, pois a falta teve lugar fora da área. João Basso não desperdiçou e o Arouca voltou para a frente do marcador.
2-2 João Basso (AG) (90+1 Minutos)
Victor Braga com dificuldades em tirar a bola da área e Ludovic, após muita confusão à mistura, remata para o fundo das redes. A bola ainda contou com um desvio decisivo do central João Basso, pelo que a Liga atribuiu autogolo ao Arouquense.
A figura
Adílio Santos - Mesmo não tendo marcado, Adílio esteve quase sempre bem nas ações individuais. Fosse nas acelerações ou nas combinações curtas, mostrou grande capacidade de definição ao longo de todo o encontro.
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