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Olympique Marseille 1993 - Sonho, Glória e escândalo…

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 23 de nov. de 2020

O futebol Francês nunca foi muito profícuo a nível Internacional, no que a clubes diz respeito. No entanto, e apesar das várias tentativas de mudar isso, só o Marselha conseguiu levantar o troféu que condecora os Reis do velho continente. O pior viria depois. Um escândalo de corrupção abalou o futebol Francês e Mundial, e garantiu que a equipa do Marselha ficaria na história...pelas piores razões.

 

Texto de José Silva

Inesquecível. O Marseille foi o primeiro clube a vencer a 'Champions League' no novo formato (Foto: goal.com)

O início

O Marselha é considerado por muitos o maior clube de França. Porém, a sua história nem sempre foi feita de títulos e vitórias Europeias. Por volta de 1965 Les Olympiens encontravam-se na segunda divisão e corriam sérios riscos de falir. É precisamente nessa altura que o antigo jornalista Marcel Leclerc assume a presidência do clube do Sul de França. Uma das suas primeiras ações enquanto presidente foi pedir à Câmara Municipal de Marselha uma redução nos impostos sobre o Estádio Vélodrome. Perante a recusa, Leclerc levou a equipa para o Estádio Huveaune, demonstrando que, embora fosse um homem charmoso, era também um homem de negócios, autoritário.

Leclerc - Um dos melhores da história do Olympique

No plano desportivo também está associado a algumas conquistas como a subida de divisão, a conquista da Ligue 1 e a primeira Dobradinha do clube. Porém, a sua estadia nos Gauleses iria terminar da pior maneira, já que foi destituído em 1972 na sequência de acusações de desvio de Dinheiro.


Tempos difíceis e um regresso em grande

A década seguinte foi bastante irregular, com classificações oscilantes, magras prestações Europeias e até uma descida de divisão. Mas, uma vez mais, o clube soube resistir à crise. Desta feita foi Bernard Tapie, um empresário que também participava ativamente na política e na televisão, que revolucionou o clube após a sua entrada em 1986. O seu período à frente do emblema Gaulês ficou marcado pelo investimento, nesse sentido ingressaram no clube craques como Didier Deschamps, Marcel Desailly, Rudi Völler, Cantona ou Enzo Francescoli, que apesar de ter ficado apenas uma época em Marselha conseguiu despoletar em Zidane uma admiração profunda.

Ganhar, ganhar e ganhar…

Bernard Tapie - Esteve no melhor e no pior do OM

Tapie era reconhecido pela sua competência para formar projetos de sucesso - salvou a Adidas da Falência em 1990 e patrocinou uma das melhores equipas de ciclismo de sempre - e em Marselha não fez por menos. Com ele, Les Phocéens conseguiram finalmente impor-se a nível interno, conquistando quatro campeonatos seguidos e sempre com grandes equipas. Logo na temporada 1988/89 lograram a Dobradinha, com Papin a destacar-se pelos 33 golos marcados. O Francês, de resto, seria considerado o melhor goleador do país por 5 épocas consecutivas. No ano seguinte seriam novamente campeões e alcançariam as Meias-Finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, onde seriam eliminados pelo Benfica num jogo que ficou marcado pela famosa mão de Vata, no único golo da 2ª mão da eliminatória.

Na temporada subsequente chegaram à final da Liga 'Milionária' mas caíram aos pés do Estrela Vermelha, nos penaltis.

Raymond Goethals - "le magicien" ("o Mágico")

Parecia missão impossível, mas em 1992/93 cumpriu-se, por fim, o sonho de Tapie e de muitos outros Marselheses. A equipa liderada por Raymond Goethals conseguiu superiorizar-se ao Milan - equipa onde pontificavam Baresi, Rijkaard ou Van Basten - com uma vitória por 1-0. Este triunfo fica na história não só por ter sido a primeira conquista de uma equipa Gaulesa na prova (e até agora única), mas também por ter sido a primeira edição do torneio com a designação de Champions League, uma vez que nesse ano surgiram alterações fundamentais para o que conhecemos hoje da competição:

  • Introdução da fase de grupos;

  • Definição de Hino oficial da prova (a canção "Zadok the Priest" de George Frideric Handel);

  • Implementação de um horário fixo (19.45 hrs em Portugal).

Como jogavam

Onze da final de Munique

A equipa comandada por Goethals foi bem construída desde trás. A defesa era muito forte no jogo aéreo, com Angloma, Boli e Desailly (muito rápido e forte na marcação). Daí para a frente, Deschamps era um box-to-box que controlava o meio terreno. Sauzée tinha um pontapé fortíssimo, chutava muito de fora de área e era muito bom tecnicamente, tal como Abedi Pelé. Na frente de ataque moravam os goleadores Alen Bokšić e Rudi Völler. A sua construção de jogo era muito simples e na maior parte das vezes esticavam o jogo para a dupla de ataque ou para as alas (onde Di Meco era muito bom em Tackles e lances mais físicos).


O escândalo de corrupção

Marselha estava em festa e merecia, no entanto, durou pouco tempo. Quando ninguém esperava a Federação revelou um alegado esquema de corrupção a envolver o OM. Alegadamente, Eyedelie teria oferecido dinheiro aos jogadores do Valenciennes para que não jogassem no seu melhor e não lesionassem ninguém do Marselha, para que eles pudessem ir à final da 'Champions' na máxima força. Após a denúncia feita pelo jogador do Valenciennes tudo mudou. O Marselha viu ser-lhe anulada a conquista da Ligue 1 referente à época 1992/93, foi despromovido à segunda divisão e a foi impedido, por parte da UEFA, de jogar a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes do ano seguinte. Quanto a Eyedelie ficou um ano suspenso (por ordem da FIFA) e esteve preso durante 2 semanas. Um episódio ignorante que manchou a carreira do jogador e, principalmente, a história do maior feito do futebol Francês.


 
 
 

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