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Nápoles (2015-18) - 'The Sarriball'

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 15 de out. de 2020

Até à segunda década deste século a vida dos adeptos do Nápoles não foi fácil. Após a gloriosa década de 80’, os Partenopei tiveram descidas de divisão, crises económicas (o clube declarou falência em 2004) e desportivas (Maradona foi expulso do clube por consumo de Cocaína…).

Surge então um “salvador”. O produtor cinematográfico Aurelio de Laurentiis que investiu no clube, levando-o a subidas de divisão sucessivas e chegando mesmo à Liga dos campeões. Mas o melhor veio depois. No dia 11 de junho de 2015 o clube da região Campânia contrata o experiente Maurízio Sarri, que veio revolucionar o futebol Napolitano e Italiano.

 

Texto por José Silva

Para recordar. O Nápoles provou que o futebol não se faz só de títulos

Início conturbado

O início foi complicado. Maurizio Sarri vinha do modesto Empoli para substituir o consagrado Rafael Benítez e procurou implementar o seu futebol de posse e movimentações, que era o oposto do futebol prático do antecessor. Os maus resultados iniciais também não ajudaram – Maradona foi um dos críticos. Mas com o tempo e com uma alteração tática essencial (passaram do losango no meio campo para um 4-3-3 com extremos) o bom futebol veio ao de cima.

Consolidação do projeto

Na 2ª época de Sarri no clube, surge mais um revés. Gonzalo Higuaín muda-se para a Juventus e Milik (outro avaçado) lesiona-se já depois do fecho do mercado de transferências. Restava Dries Mertens, que apesar da sua técnica era baixo em estatura, o que levantava dúvidas. Nada que impedisse o Sarriball, antes pelo contrário, a equipa Napolitana alcançou uma média de dois golos por jogo no campeonato.


Onze base (2016/17):

Outros jogadores:

Nikola Maksimović (D), Piotr Zielinski (M), Amadou Diawara (M), Manolo Gabbiadini (A), Arkadiusz Milik (A)

Como jogavam

O Sarriball era uma mistura do Catenaccio (sistema tático que se preocupa principalmente com o momento defensivo) com Tiki Taka (sistema tático utilizado por Johan Cruijff, por exemplo, que dá grande ênfase ao momento ofensivo e à troca de bola).

A atacar:

A equipa estava em movimentação constante, na procura de formar linhas de passe para quem tem a bola. Os chamados triângulos – linha de passe atrás, na largura e na profundidade. A equipa evitava driblar ou correr com a bola. A prioridade era sempre levar o esférico de um lado ao outro com passes curtos, até os avançados se mostrarem “disponíveis” para recebê-la. Quando a equipa “acelerava” era verdadeiramente complicado pará-los. Todos os jogadores (incluindo o guarda-redes) tinham uma eficácia de passe tremenda, o que permitia “adormecer” o jogo, para depois surpreender o adversário com bolas nas costas. Na falta de um chamado “homem de área”, procuravam muitas vezes os velozes Mertens, Insigne ou Callejón. O técnico Maurizio Sarri era também obcecado com as bolas paradas – segundo ex-jogadores, o técnico Italiano tinha dezenas de esquemas preparados para este tipo de lances.

A defender:

Quando Sarri chegou a Nápoles, procurou debelar algumas debilidades defensivas. Desde logo, reforçou-se com o guarda-redes Reina, o lateral Hysaj e o centrocampista Allan. Depois alterou alguns posicionamentos. Por fim implementou o seu futebol de posse, que retirou muita bola, e oportunidades de golo, ao adversário. Em momento defensivo a equipa passava do 4-3-3 para o 4-5-1, com os extremos a baixarem. Pressionavam de forma intensa e fechando espaços ao oponente. As linhas de passe também eram cortadas, muito por culpa das suas linhas subidas.

Maurizio Sarri, um estudioso








No total, foram três épocas onde se jogou o mais belo futebol em Itália e talvez na Europa.

2015/16

2º - 82 pontos (a 9 do líder)

80 – GM

32 - GS

1/16 Liga Europa

2016/17

3º - 86 pontos (a 1 do segundo e 5 do primeiro)

94 - GM (melhor da Serie A)

39 - GS

1/8 Champions League

2017/18

2º - 91 pontos (a 4 do líder)

77 – GM

29 - GS

1/16 Liga Europa

Gonzalo Higuaín foi o melhor marcador do Calcio na sua última temporada em Nápoles (36 golos).

A concorrência:

- Juventus

A Vecchia Signora provou estar uns furos acima do grande rival. Apesar de não jogar um futebol de encher o olho, a equipa treinada por Massimiliano Allegri aumentou a sua hegemonia no país transalpino, à custa de jogadores como Buffon (GR), Wojciech Szczesny, Giorgio Chiellini (D), Alex Sandro (D), Paul Pogba (M), Miralem Pjanic (M), Sami Khedira (M), Claudio Marchisio (M), Juan Cuadrado (A), Álvaro Morata (A), Paulo Dybala (A) ou Gonzalo Higuaín (A).

A juntar às conquistas internas – 3 ligas Italianas; 3 taças de Itália; 1 Supertaça Italiana – conseguiram alcançar, durante este período, uma final da Liga dos Campões (perderam para o Real Madrid).

-Roma

A equipa dos Gialorossi não conseguiu nenhum título, no decorrer deste período. Contudo, os três técnicos que passaram pela capital Italiana – Rudi Garcia, Luciano Spalleti e Eusebio Di Francesco - jogaram bom futebol e encurtaram a distância para a Juventus e o Nápoles. Para tal, contaram com vários jogadores de qualidade, como, Wojciech Szczesny (GR), Alisson Becker (GR), Antonio Rudiger (D), Federico Fazio (D), Lucas Digne (D), Aleksandar Kolarov (D), Radja Nainggolan (M), Miralem Pjanic (M), Diego Perotti (A), Mohamed Salah (A), Edin Džeko (A), Francesco Totti (A), El Shaarawy (A) ou Cengiz Under (A). Internamente o melhor que conseguiram foi um segundo lugar (com Luciano Spalleti). A nível europeu, conseguiram chegar, por uma vez, às semifinais da Champions League, sob o comando de Di Francesco.

Se o futebol bonito fosse sinónimo de títulos, o Nápoles de Maurizio Sarri teria certamente conquistado alguns. Não o conseguiu fazer. Mas deixou, isso sim, uma legião de adeptos pelo mundo fora.

Espero que tenham gostado, se assim foi, partilhem.

Autor: José Silva

 
 
 

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