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Manchester United (2006-10) - Hegemonia infernal

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 23 de nov. de 2020

O século XXI trouxe ao Manchester United, um clube já por si enorme, uma hegemonia nunca antes vista. Durante dez anos – entre 2003 e 2013 – os Red Devils conquistaram por seis vezes a Premier League e por uma vez a Liga dos Campeões. Foram campeões do mundo e, entre outros títulos, conseguiram ainda duas taças de Inglaterra, quatro taças da liga e sete Supertaças. Entre tantas conquistas sem dúvida que o título Europeu se destaca. Numa equipa que foi para muitos uma das melhores de sempre, o clube de Manchester logrou ser tricampeão apenas pela segunda vez na sua história.

 

Texto de José Silva

Para recordar. O Manchester United foi Campeão do Mundo em 2008

Uma nova geração

A história de Sir Alex Fergunson confunde-se com a do Manchester United, o mítico treinador Escocês que comandou os destinos dos Red Devils durante 27 anos. Contudo a meio do seu percurso à frente dos Ingleses deparou-se com uma trabalhosa missão: reformular uma equipa que ganhou tudo. Os "Fergie Boys" - assim ficaram conhecidos os jovens jogadores que 'deram' a Fergunson vários títulos nacionais e internacionais - estavam no fim de linha, e jogadores como Beckham iam deixando Old Trafford a conta gotas. A necessária reformulação começou a ser desenhada numa visita a Lisboa, num jogo particular frente ao Sporting CP em que se destacava um tal de Cristiano Ronaldo, de imediato contratado. Os anos seguintes foram difíceis já que Arsenal (de Wenger) e Chelsea (de Mourinho) repartiam entre si o protagonismo e os títulos. Mas o conjunto de Manchester não se vergou e à medida que a sua estrela maior (CR7) evoluía afirmavam-se cada vez mais no panorama nacional e internacional. A Hegemonia foi uma questão de tempo.

Como jogavam

Onze base da época 2007/08

Outros jogadores:

· Tomasz Kuszczak (GR);

· Gary Neville (D); Gerard Piqué (D); John O´Shea (D);

· Ryan Giggs (M); Park Ji-sung (M); Darren Fletcher (M); Anderson (M);

· Louis Saha (A); Nani (A);


- A atacar

Ofensivamente a equipa era muito rápida e direta nas saídas para o ataque. Na construção, Carrick ficava mais na retaguarda, entre os centrais. Era depois Paul Scholes quem, normalmente, fazia passes longos para explorar a velocidade dos extremos e dos laterais. Estes últimos davam largura e gostavam de aparecer no jogo ofensivo da equipa. Tanto Tévez como Rooney estavam em constante movimento e em trocas de posição – quando um baixava para receber jogo o outro ficava mais na frente. Já Ronaldo jogava com grande liberdade. Tanto jogava “aberto” para dar largura à equipa, como aparecia na área para finalizar, como ia à linha cruzar. De resto, CR7 tinha grande qualidade técnica, pelo que, facilmente ultrapassava um ou mais adversários no 1x1.

- A defender

A equipa tinha uma boa organização defensiva. Normalmente não pressionavam para lá do seu meio campo, mas mantinham uma linha defensiva um pouco subida. Fechavam as linhas de passe no espaço interior e quando o adversário fazia passes verticais, o homem que recebesse a bola era travado em falta ou pressionado intensamente. Mas não se fechavam muito no meio, pois queriam dificultar os cruzamentos e jogo exterior do adversário, dessa forma, os extremos (Ronaldo e Hargreaves/Giggs) estavam normalmente “abertos”. Os médios centros compensavam os laterais nas suas subidas. O espaço existente entre o meio campo e a defesa era colmatado pelos centrais (Ferdinand e Vidic).


A glória na Europa

A caminhada vitoriosa que o emblema de Manchester protagonizou, rumo à final da Champions League, começou a ser desenhada logo na fase de grupos da competição. A equipa comandada por Sir Alex Fergunson, concluiu a fase de grupos da liga milionária – onde estavam Roma (ITA), Sporting (POR) e Dynamo Kyev (UCR) – com um impressionante registo de cinco vitórias e um empate, o que lhe valeu o primeiro lugar destacado.

CR7 levantou a sua primeira 'Champions'

Nos oitavos de final deu-se o frente a frente com os heptacampeões Franceses – o Lyon. Numa eliminatória disputada, conseguiram eliminar os Gauleses por apenas um golo – fruto da vitória por 1-0 em casa, a que se juntou o empate a um golo em França. Seguiu-se novo confronto com a Roma (ITA), desta feita para os quartos de final. Mas mais uma vez o clube da capital Italiana saiu vergado nos embates com o United. Vitórias por 1-0 e 2-0 contam a história da eliminatória. O verdadeiro “teste de fogo” à equipa de Cristiano Ronaldo só seria feito nas meias finais da competição, onde defrontaram o Barcelona (ESP). No primeiro embate contra Lionel Messi e companhia os Ingleses empatariam a zero, em Barcelona. Já em Old Traford, um golo solitário de Paul Scholes levaria os Red Devils a uma Final da Liga dos Campeões quase dez anos depois da mítica final frente ao Bayern Munique – venceram com dois golos nos últimos minutos, depois de terem estado em desvantagem até aos descontos. Chegados à grande final de Moscovo, tinham pela frente o Chelsea (ING). O conjunto Londrino chegava a uma final da Champions pela primeira vez na sua história, mas o ADN de vitória mantinha-se nos Blues desde os tempos de José Mourinho. Só os penaltis desempataram um jogo equilibrado, e aí o Manchester United superiorizou-se, coroando-se assim Campeões Europeus.

Manter o pé no acelerador

Depois de uma temporada a todos os níveis notável muitas equipas ter-se-iam deslumbrado… mas não este United. Os Diabos Vermelhos não se cansaram de ganhar e procuraram continuar a senda vitoriosa da época transata. Revalidar o título Europeu era uma missão hercúlea, não só porque ninguém havia sido Bi-campeão no novo formato da competição, mas também porque os candidatos eram cada vez mais fortes. As dificuldades começaram logo na fase de grupos da competição, que venceram, mas não convenceram. Ainda assim os 10 pontos conquistados (fruto de duas vitórias e 4 empates) valeu-lhes o primeiro lugar à frente do Villareal (ESP), Aalborg BK (DIN) e Celtic (ESC). Nos Oitavos de Final foi o Inter (ITA) que ficou para trás. A equipa comandada por José Mourinho - que ganharia a competição no ano seguinte - ainda empatou o primeiro jogo, mas não resistiu ao "teatro dos sonhos", onde perdeu por 2-0. Nos 'quartos' ficou para trás outro técnico luso. Desta feita foi Jesualdo Ferreira que ao comando do FC Porto (POR) não conseguiu dar seguimento à Hegemonia que tinha em Portugal. Nas Meias Finais, onde marcaram presença três equipas Inglesas, estava marcado um confronto bem conhecido dos Britânicos: o Arsenal - Man. United. Uma vez mais foram os Diabos Vermelhos a levar a melhor e a carimbar bilhete para Roma, onde se realizava um confronto de Titãs… Barcelona e Manchester United apadrinhavam mais um duelo Messi vs Ronaldo, mas desta feita foram os catalães, embalados pelo seu majestoso Tiki-Taka, a levantarem a 'orelhuda'.

Sir Alex Fergunson, um treinador feliz.

Foram sem dúvida anos de glória para o Manchester United. A isto juntou-se o crescimento de Cristiano Ronaldo, que começava o seu percurso tendo em vista o patamar dos melhores de todos os tempos. Naquela que seria, até então, a sua melhor época de sempre - em títulos (primeira vez campeão da Europa de clubes) e em golos (42) - o Português alcançaria outra conquista inédita: venceu o prémio de melhor jogador do mundo em 2008. Um prenúncio do que viria a acontecer um ano depois, quando se transferiu para o Real Madrid pelo valor recorde (na altura) de 94 Milhões de euros. Quanto aos Red Devils, foram perdendo o seu poderio com o passar dos anos e atualmente, já sem Fergunson, vão-se conformando com presenças no Top-4, que dá acesso à Champions League.










 
 
 

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