Leipzig 0 - 3 PSG
- José Silva
- 19 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Foi com grande expectativa que RB Leipzig e Paris Saint Germain se defrontaram no Estádio da Luz, em Lisboa, num duelo referente às meias-finais da Liga dos Campeões. Frente a frente estavam dois projetos distintos, de um lado um Leipzig estruturado para a formação e valorização de jovens atletas e do outro um PSG onde parece que os milhões não têm fim... Numa noite de reencontros, de Dí Maria com o Estádio da Luz, de Nkunku com os Parisienses e de Thomas Tuchel com o seu aprendiz Julian Nagelsmann, o PSG superiorizou-se a todos os níveis e carimbou presença na final da Champions League pela primeira vez na sua história cinquentenária.
Texto de José Silva
Onzes iniciais:

RB Leipzig
- Gulácsi; Laimer, Upamecano, Klostermann, Mukiele, Angeliño, Kevin Kampl, Nkunku, Sabitzer, Dani Olmo, Poulsen.
Jogaram ainda: Patrik Shick, Forsberg, Halstenberg, Adams, Orban.
Treinador: Julian Nagelsmann

PSG
- Rico, Kehrer, Thiago Silva, Kimpembe, Bernat, Marquinhos, Herrera, Paredes, Dí Maria, Neymar, Mbappé.
Jogaram ainda: Verratti, Julian Draxler, Choupo-Moting, Sarabia.
Treinador: Thomas Tuchel
Estatísticas
Análise ao encontro
À partida para o encontro o favoritismo estava claramente do lado do Paris Saint Germain, já que os Franceses tinham mais e melhores individualidades e já andam nesta vida há muito tempo (embora sem retirar os devidos dividendos). Até por isso a pressão era maior: tudo o que o Leipzig conseguisse seria elogiado ao passo que ao PSG até a vitória poderia ser desvalorizada. Contudo a turma de Paris entrou determinada em dominar o jogo (logo aos 6 minutos poderia ter-se adiantado no marcador não fosse uma mão de Neymar) e cedo se percebeu qual seria a toada do jogo. Thomas Tuchel procurou aumentar a solidez a meio campo e por isso optou por Ander Herrera e Leandro Paredes que em relação a Gueye e Verrati - jogadores tecnicistas e de transporte de bola - oferecem simplicidade processos e por isso diminuem as perdas de bola a meio campo (que os Alemães veneram).
As entradas de Dí Maria (regressou após castigo) e Mbappé (geriu esforço com a Atalanta) permitiram à equipa aumentar a velocidade de circulação de bola mas também mais sagacidade no ataque à profundidade. Quando os centrais saíam a jogar a três, os extremos estavam bem abertos e Neymar, entre linhas, recebia a bola e procurava centrar em si todas as atenções. À sua volta os companheiros posicionavam-se para receber o esférico e acelerar. Marquinhos esteve sempre muito eficaz nas marcações individuais e nas compensações defensivas, permitindo maior liberdade criativa ao eixo atacante. Perante um meio campo bem povoado pelos Alemães, a bola parada foi a grande solução para desbloquear o encontro. No lado Alemão, Nagelsman voltou a dotar a equipa de uma tática "camaleonesca", em que a defender utilizavam um 4-5-1 e a atacar apostavam num 3-3-3-1. Sem Timo Werner (contratado pelo Chelsea) a equipa perdeu uma das suas grandes armas: o ataque à profundidade. Sem ele optaram muitas vezes por jogar com a referência ofensiva Poulsen ou em rápidos ataques pelas alas, com vertiginosos passes. Nem mesmo quando sofreu o primeiro golo a equipa do Leipzig conseguiu 'pegar' no jogo. Estiveram sempre receosos e com pouco fulgor atacante.
Sempre mais preocupados em anular o poderio atacante dos campeões Franceses, tanto na profundidade como nas tabelas, mas nem isso conseguiram pois estiveram aquém do esperado a nível físico e mental.
Os golos
0-1 Marquinhos (13 Minutos)
Livre no lado esquerdo do ataque do PSG e Dí Maria coloca a bola em Marquinhos, que de forma sublime cabeceia para o fundo das redes. Boa desmarcação do Brasileiro aliada ao grande passe de do Argentino a resultar no primeiro golo dos Parisienses.
0-2 Dí Maria (42 Minutos)
A pressão alta do PSG resulta num passe falhado do guarda redes Gulaicsi na saída a jogar, Kehrer recupera a bola e desmarca Neymar, que de calcanhar oferece a bola a Dí Maria para este encostar de forma subtil. Estava feito o segundo do encontro.
0-3 Bernat
Uma vez mais a pressão Francesa a surtir efeito. Mukiele perde a bola na defesa, Dí Maria cruza e Bernat cabeceia para o 3-0. De forma simples, o PSG chegou ao golo que lhe permite prolongar a sua estadia em Lisboa e dessa forma jogar a final da Liga 'Milionária'.
Figura do jogo: Angel Dí Maria. Mais do que um golo e duas assistências (que a bem da verdade decidiram o encontro), o Internacional Argentino jogou e fez jogar. Soube sempre jogar a bola da melhor forma e diferenciou-se dos companheiros num jogo em que a estrelas da equipa (Neymar e Mbappé) estavam numa noite menos inspirada a nível individual. Que falta fez no jogo com a Atalanta...
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