Continua o conto de fadas de Arteta no comando técnico do Arsenal. Desta feita os Gunners derrotaram o recém promovido Fulham por três golos sem resposta, entrando assim na Premier League 2020/21 com o pé direito. O destaque do encontro vai para (mais uma) exibição superlativa do coletivo do Arsenal. Esta equipa vai ser um caso sério!
Texto por José Silva
Análise ao encontro
Foi com o estádio Craven Cottage completamente 'despido' de público que se deu o pontapé de saída na Liga Inglesa 2020/21. O Fulham, de regresso ao primeiro escalão dois anos depois da última passagem, não contava com os reforços mais sonantes que assegurou - Areola (no banco), Aina e Tete (não convocados).

Mesmo sem grandes novidades em relação à época transata, The Whites entraram bem no encontro, tendo boas ocasiões de golo e, não fosse o golo madrugador de Willian, até poderiam ter começado a desenhar um resultado bem diferente. Tentaram sair a jogar algumas vezes e apostavam em toques de primeira a meio campo, com o intuito de se soltarem da pressão ofegante do Arsenal. Perante o bloco baixo dos Gunners, desenharam muitos dos seus ataques por via do jogo exterior, principalmente com combinações lateral-extremo (Odoi e Kebano estiveram bem nesse particular). Kamara foi aposta para o ataque devido à sua mobilidade, mas rapidamente se percebeu que não foi uma escolha certeira, faltou o poder de 'fogo' de Mitrovic na área. Já no lado do Arsenal a nota de relevo vai para a entrada dos reforços Gabriel Magalhães (ex-Lille) e William (ex-Chelsea), bem como para todo o espírito coletivo da equipa.

Que bem que joga a equipa de Arteta. Já demonstram conhecer os vários momentos do jogo e conseguem jogar concentrados a defender, cínicos no contra-golpe e de forma perspicaz assumem o controlo da partida em momentos cruciais. No processo defensivo juntam os onze jogadores atrás da linha da bola, em frente à sua área, num espaço de 25 metros, tirando o jogo interior ao adversário. Isso significa que o adversário tem a vida facilitada no jogo exterior? Não, já que nas alas formam triângulos a defender, por exemplo com o ala esquerdo (Niles) o médio interior (Elneny) e o extremo (Aubameyang) a posicionarem-se muito perto na pressão. Nas saídas a jogar o risco é máximo, mas os Londrinos não vacilam. Xhaka ou Elneny muito bem a iniciarem a construção dando apoio aos defesas de forma muito segura (nos pontapés de baliza utilizam os três centrais, os dois alas e um dos médios). Quanto ao processo ofensivo foi feito de forma paciente mas com muitas trocas de bola de um lado ao outro do terreno, até encontrar espaço no meio ou, na ausência de Ceballos, na profundidade. Muito bem Willian na sua estreia oficial, com assistências e vários pormenores de grande qualidade.
Estatísticas

Os golos
0-1 Alexandre Lacazette (8 Minutos)
Remate de Xhaka à entrada da área, Ream ataca mal a bola e Willian remata à baliza. Após defesa de Rodák, a bola sobra para Lacazette que só teve de encostar.
0-2 Gabriel Magalhães (49 Minutos)
Canto de Willian batido para a pequena área e Gabriel superioriza-se aos defensores do Fulham, marcando assim o segundo golo do Arsenal no encontro. A defesa dos Cottagers deixou a desejar no lance.
0-3 Pierre Aubameyang (57 Minutos)
Lance muito bem trabalhado pelo Arsenal, com uma saída a jogar apoiada e com toques curtos até Willian (quem mais?..) virar o jogo com um passe longo a descobrir Aubameyang, que após bater no peito remata para fechar o marcador da partida inaugural do campeonato Inglês.
Figura do Jogo
Willian - O Internacional Brasileiro encaixa que nem uma luva no sistema tático de Arteta e no seu primeiro jogo pelos Gunners (recorde-se que deixou o rival Chelsea neste verão) fez uma exibição de grande qualidade. Quem sabe se não está encontrado o craque que pode levar o Arsenal ao título...
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