Grande vitória do Chaves em jogo em atraso, referente à primeira jornada da Liga Pro. No Estádio Mercolino de Castro, que já contou com público, a formação de Carlos Pinto deu uma resposta cabal às dúvidas que pairavam sobre a equipa. O Feirense, até aqui invicto, teve o seu primeiro banho de realidade (esta Liga não está para desconcentrações!).
Texto por José Silva
Análise ao encontro
O Feirense entrou no jogo com alguma expectativa, não só por ter (finalmente) adeptos no estádio, mas também pelo bom momento que atravessavam - quatro vitórias e um empate em cinco Jogos disputados.
O Feirense entrou em campo arrumado no habitual 4-2-3-1, com os laterais subidos no terreno, a aproveitar a qualidade técnica dos extremos Feliz e Fati, e as movimentações exteriores de Fábio Espinho, para fazer combinações nas laterais. De resto, um dos problemas dos Fogaceiros ao longo da partida foi a falta de amplitude no seu jogo. Nas saídas a jogar, os médios interiores dos azuis da feira procuravam movimentar-se o para as alas, para assim abrir espaço para o passe vertical na zona central (na maior parte das ocasiões os homens do Chaves foram mais argutos e roubaram a bola). Após o primeiro golo adicionaram alguma vertigem ao seu jogo, mas de nada serviu perante um Chaves que cumpriu sempre nas dobras aos laterais (especialmente Nuno Coelho). Com o avolumar do resultado, e sem perspetivas de mudança no mesmo, o Feirense manteve-se concentrado em jogar, e para tal contribuíram as entradas de jogadores 'frescos', como Edson Farías ou João Víctor. Do outro lado estava um GD Chaves de orgulho ferido. Os Transmontanos, a viver uma época de grande indefinição no plantel, procuravam esquecer a surpreendente eliminação da Taça de Portugal, aos pés do Sporting Espinho.
O Chaves apostou numa equipa inicial com algumas nuances ao nível do posicionamento, mas consistia essencialmente numa defesa muito coesa, posicional e agressiva, e do meio campo para a frente a aposta recaía na mobilidade. Sem abdicarem de uma construção de jogo a partir de trás, com Nuno Coelho a baixar entre os centrais, a formação azul-grená não hesitava em explorar o espaço que os (ofensivos) laterais do Chaves deixavam. Com uma dupla muito forte à frente dos centrais, a criatividade ficou a cargo de Benny ou João Teixeira. Este último foi o verdadeiro Joker da equipa, jogando com grande liberdade. Batxi alternou entre o corredor central, ao lado de Roberto, e o corredor lateral, onde explorava a profundidade. No cômputos geral foi uma exibição bem conseguida da equipa de Trás-os-Montes, que havia estado uns furos abaixo do esperado, sob o ponto de vista físico, mas também psicológico, nos últimos encontros. A equipa de Carlos Pinto sobe agora ao terceiro posto, com a mira apontada à subida.
Estatísticas
Os golos
0-1 Luís Rocha (13 Minutos) Livre de João Teixeira no lado direito do ataque, com Luís Rocha a superar a marcação e a inaugurar o marcador de cabeça.
0-2 Batxi (32 Minutos)
Jogada bem trabalhada pelo Chaves, com a circulação de bola a resultar num cruzamento atrasado de José Gomes e Batxi, à boca da baliza, a fazer o segundo do encontro.
0-3 João Teixeira (45+2 Minutos)
Cruzamento vindo da esquerda, Roberto cabeceia à barra e João Teixeira a aparecer para a recarga certeira.
0-4 João Teixeira (49 Minutos)
Perda de bola do Feirense em zona proibida, com João Teixeira a galgar metros e a passar pelo guarda redes contrário no momento da finalização.
A figura
João Teixeira - Dois golos, uma assistências e muito 'perfume' nos seus pés. Na ausência do "mágico" Zé Tiago, foi João Teixeira quem carregou a criatividade do meio campo Flaviense. Jogou sempre com grande liberdade e apareceu com grande eficiência em zonas de finalização.
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