Grande forma de fechar a jornada 5 da Liga Pro, com a divisão de pontos entre Vizela e Chaves. Jogo intenso, com oportunidades e emoção até final. A jogar assim o Vizela pode aspirar alto nesta segunda liga, já o Chaves ainda tem muita irregularidade para um candidato a subir.
Texto por José Silva
Análise ao encontro
Foi um jogo muito intenso aquele que se jogou no estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira, casa emprestada do Vizela. Os Vizelenses, que estão a fazer um início de campeonato bastante interessante, estavam de olhos postos no pódio, pelo que entraram a todo gás no encontro. Intensidade na pressão, agressividade nos duelos e processos simples com bola, foram os ingredientes fundamentais para obter pontos no jogo.

A construção do Vizela variou bastante: ora apostava numa saída apoiada desde trás, de forma a chamar à pressão os homens do Chaves e assim ganhar espaço a meio campo, ou batiam direto em Cassiano, para ganhar a segunda bola e apostar nos rápidos extremos. Marcos Paulo foi o jogador mais esclarecido, pelos pormenores técnicos e porque soube soltar a bola no tempo certo, num meio campo que tinha Ericson (mais posicional) e Zag (um Box To Box). Sem bola a equipa mantinha o 4-3-3, com as linhas do meio campo e do ataque bem juntas, ora na pressão alta - onde os homens da frente tentavam coagir a defesa contrária e o meio campo tentava acertar com as marcações individuais - ora na contenção, mantendo os homens da primeira linha de pressão alinhados com os elementos do meio campo Flaviense. A expulsão de Ericson, que foi sucedida do golo dos Vizelenses, trouxe outro rumo ao jogo, com a equipa a baixar o bloco e a procurar jogar no contra-ataque. O Chaves, por sua vez, entrou algo apático no encontro. Dificuldade em ter bola e má definição nas marcações zonais resultaram numa primeira parte (e parte da segunda) de muito pouco pendor ofensivo.

O Chaves mostrou desde cedo muitas dificuldades em ter bola. Os seus médios estavam tapados e no ataque Roberto (que estava sozinho) não teve físico para contornar as marcações cerradas. Dessa forma, o conjunto Flaviense apostou no jogo exterior para levar a bola até ao ataque, mas os laterais estavam muito condicionados (José Gomes por ter de parar as ofensivas de Koffi e João Reis por que estava a jogar no lado oposto ao seu pé predileto). Zé Tiago e João Teixeira, os jogadores mais criativos, estiveram sempre marcados e só no segundo tempo se conseguiram soltar.
Sem bola pressionavam num 4-4-2, com Batxi a juntar-se a Roberto e João Teixeira a fechar no lado direito. Percebendo as dificuldades que os ataques do Vizela estavam a causar, o Chaves baixou as linhas e procurou manter um bloco compacto à frente da defesa. Nos segundos 45 minutos a dinâmica do encontro não parecia alterar-se, mas a expulsão no Vizela permitiu aos Transmontanos subir o bloco (algo que lhes custou um golo sofrido) e circular a bola no ataque. Contudo, com o tempo a passar e com o Vizela a controlar bem a largura, os nervos tomaram conta dos jogadores visitantes, que passaram a utilizar as jogadas individuais e a antecipar cruzamentos com bastante frequência. Paulo Vítor, guardião do Chaves, teve uma exibição segura ao longo do encontro.
Estatísticas

Os golos
1-0 Francis Cann (61 Minutos)
Recuperação e cruzamento de Koffi, mau alívio de bola por parte da defesa do Chaves e Cann à entrada da área remata para o primeiro da partida.
1-1 Zé Tiago (89 Minutos)
Boa jogada individual de Roberto, a terminar com Zag a derrubá-lo num lance que resultou em grande penalidade. Na marca dos 11 metros Zé Tiago não falhou. Estava restabelecido o empate a pouco tempo do fim.
A figura
Francis Cann - O extremo Ganês foi uma dor de cabeça para a defesa do Chaves. Rápido, intenso e de olhos postos na baliza, rubricou uma bela exibição, que culminou com o golo do Vizela.
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