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Chelsea 2011-12 - O sonho de Abramovich

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 18 de dez. de 2020

No ano de 2012 o Chelsea viveu melhor temporada da sua história. Isto porque conquistaram a Liga dos Campeões de forma inédita e... de forma insólita. O que parecia ser (mais uma) temporada de desilusão, virou uma caminhada para a glória. Grande mérito para Roberto Di Matteo.

 

Texto por José Silva

JÁ ESTÁ! O Chelsea teve de sofrer para ganhar a Liga dos Campeões (Foto: Goal.com)

O caminho (das pedras) para a glória

O Chelsea sempre foi um clube muito popular em Inglaterra, mas nem sempre soube transformar a estima das massas em títulos - em 1910 ficaram conhecidos como The Pensioners ("os pensionistas") devido à média de 40000 espectadores a assistir aos seus jogos caseiros. Contudo o seu pior período seria vivido nos anos 70/80, altura em que os maus resultados passaram a ser uma constante e em que construíram a EastStand (parte de um projeto de construção de um estádio de 60000 lugares).

O "velhinho" Stamford Bridge

Devido à crise Económica que o mundo atravessava, as obras no estádio sofreram atrasos e periodicamente aconteciam greves por parte dos construtores pela falta de material, o que levou a que perdessem o controlo sobre o custo de construção e elevou a dívida do clube para 3,4 Milhões de Libras. Os anos seguintes foram de quase nenhuns gastos e de degradamento no estádio. Em 1982 Ken Bates comprou o Chelsea FC por um valor simbólico. Durante o seu reinado o clube manteve os problemas económicos, mas Bates conseguiu estabilizá-los entre as seis melhores equipas da Liga Inglesa e conquistaram mesmo dois troféus internacionais ( Taça das Taças e Supertaça Europeia).

A era Abramovich

Bates tinha 'transformado' Stamford Bridge num local agradável, pelo que em 2002, Roman Abramovich, Magnata Russo que fez grande parte da sua riqueza no negócio do petróleo, viu nele o local ideal para investir. A partir daí o dinheiro deixou de ser problema: as dívidas passadas foram pagas e o futuro do clube ficou assegurado. Daí para a frente os Blues puderam contar com grandes estrelas mundiais.

Roman Abramovich - Um homem poderoso

E com os jogadores vieram também os treinadores que davam cartas pela Europa fora. O mais mediático dos quais foi o José Mourinho. O treinador Português comandou os Londrinos entre 2004 e 2007 (numa primeira fase), conseguindo títulos, recordes e uma relação especial com a imprensa. A faltar só ficou a conquistas de títulos Europeus. O melhor que conseguiram foi um lugar nas semifinais da Champions League, em que caíram aos pés do Liverpool.

A Glória além fronteiras

Na sucessão de Mourinho o Chelsea deixou a desejar, atribuindo o cargo de treinador ao seu antigo diretor do futebol, o Isrealita Avram Grant. Sem grandes reforços e com (muita) surpresa, os Blues chegaram pela primeira vez a uma final da Champions. Num jogo que tinha tudo para correr de feição - realizava-se na terra natal de Abramovic, frente a um adversário bem conhecido (Manchester United) - a verdade é que na final de 2008 os Londrinos 'morreram na praia' após a marcação de grandes penalidades.

Como jogavam

Onze da final de Munique

Outros jogadores:

  • John Terry; Paulo Ferreira (D); Ivanovic (D);

  • Michael Essien (M); Yossi Benayoun (M);

  • Fernando Torres (A); Florent Malouda (A); Daniel Sturridge (A);

A caminhada Europeia

Na edição 2011/12 da Liga dos Campeões imperou tudo menos a lógica, pelo menos no que respeita ao Chelsea. Os Blues entraram na temporada à procura de uma boa prestação dentro e fora de portas, para tal apostaram em André Vilas Boas (o técnico Português que tinha ganho tudo na temporada antecedente ao serviço do FC Porto). E a formação Londrina começou com o pé direito na Liga Milionária ao bater por 2-0 os Alemães do Leverkusen, a que se seguiriam empates a um golo contra Valência - com uma grande defesa e um inspirado Diego Alves - e Genk (onde despoletavam jovens como Kevin De Bruyne, Christian Benteke ou Leandro Trossard), mas pelo meio ainda havia tempo para golear os Belgas por cinco golos sem resposta. Uma derrota na penúltima jornada na fase de grupos não seria suficiente para afetar o percurso dos Ingleses, que ainda venceriam o Valência no último encontro assegurando assim o primeiro posto da fase de grupos.

André Villas Boas iniciou este percurso glorioso

A entrada para a fase eliminar trouxe um fator que há muito os azuis não tinham, e que talvez tivesse faltado em momentos cruciais como a final de Moscovo, em que perderam nos penaltis: a sorte. Nos Oitavos de final enfrentaram um Nápoles poderoso, com um ataque formado por Hamsík, Lavezzi ou Cavani. Após uma derrota por 3-1 no San Paolo, os Londrinos, já com Di Matteo no banco, igualaram o resultado e carimbaram o passaporte para os 'quartos' no prolongamento. Frente ao SL Benfica, tiveram de sofrer até ao fim. Mas uma vez mais o fator sorte imperou, e conseguiram passar a eliminatória após vitórias por 1-0 em Lisboa e 2-1 em Londres. Chegava então o grande tira teimas frente ao Barcelona Campeão Europeu em título. Se o resultado da primeira mão tinha deixado tudo em aberto, a segunda mão tinha tudo para correr mal. A jogar em Camp Nou, com menos um jogador durante quase uma hora e em desvantagem no marcador por duas vezes, os guerreiros de Di Matteo gelaram a Catalunha ao empatar a 2 golos, e assim marcavam lugar na final de Munique. A jogar perante o seu público e com uma vantagem de um golo conseguida aos 83 minutos, o Bayern Munique não conseguiu levar a melhor, perdendo o desafio decisivo nas grandes penalidades.

FELICIDADE - ninguém largou a 'orelhuda'
Di Matteo - Deu lições de bem defender (mirror.co.uk)

Esta conquista deveu-se muito ao espírito resiliente dos jogadores do Chelsea, mas também ao técnico Roberto Di Matteo.

O técnico Italiano transpôs para a equipa a sua personalidade gélida e pragmática, dando verdadeiras aulas de bem defender e de contra atacar (de forma especialmente eficaz frente ao Barcelona, em Cap Nou). A partir daqui, o Chelsea passou a olhar, e a ser olhado, de forma diferente por toda a Inglaterra. A glória Europeia não ficaria por aqui, já que no ano seguinte viriam a ganhar a Liga Europa, já sob a orientação técnica de Rafael Benítez.

 
 
 

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