Viveram-se emoções fortes no Estádio Marcolino de Castro. O Feirense dominou de início ao fim, mas a vitória só surgiu ao cair do pano. Ainda não foi desta que o Casa Pia conseguiu vencer para a Liga Pro 2020/21.
Texto por José Silva
Análise ao encontro
Foi com grande favoritismo que o Feirense entrou em campo para jogar com um Casa Pia de orgulho ferido, após a goleada sofrida na jornada passada frente ao Benfica B. Apesar de terem, em teoria, melhor plantel os fogaceiros sabiam que isso não seria suficiente para vencer os gansos, que mesmo com a preparação atrasada já começam a solidificar processos de jogo.
O Feirense perfilou-se num 4-2-3-1, com a equipa bem aberta a dar linhas de passe e com os laterais a conferirem apoio na largura. Procuraram circular a bola rápido (cada jogador não dava mais de 2/3 toques) de um lado ao outro do terreno, enquanto Fábio Espinho se aproximava a João Tavares no centro, com o objetivo de melhorar a construção e o jogo entrelinhas. Os extremos dos 'azuis da Feira' fletiam para o centro frequentemente, de forma a dar linha de passe por dentro e a potenciar as combinações (aproveitando também a passividade nas marcações do Casa Pia). Embora houvesse grande envolvimento dos homens do Feirense pelas laterais, a verdade é que raramente o jogo exterior originou grandes oportunidades, já que Fabrício estava demasiado sozinho na área. A nível defensivo pressionaram num 4-4-2, com Fábio Espinho a subir para perto de Fabricio na pressão. João Tavares e Latyr formaram um bloco muito sólido a meio campo. Após o golo sofrido (por volta dos 35 minutos) perderam algum discernimento na troca de bola e apostaram numa maior vertigem no seu jogo. Com justiça, tanto insistiram que os golos acabaram por surgir. Já no lado do Casa Pia a proposta de jogo assentou principalmente no processo defensivo, com a utilização de três centrais a ajudar nas dobras defensivas e no jogo aéreo.
Os Casa Pianos exibiram-se em Santa Maria da Feira num 5-4-1 com Arghus a ser a novidade na defesa dos Lisboetas. Defenderam com um bloco baixo e com uma linha de quatro elementos bem juntos (algo que não impediu o Feirense de jogar entrelinhas) e próximos dos homens mais criativos do meio campo Fogaceiro. Christian foi o jogador mais esclarecido no meio campo, mas como não tinha linhas de passe à sua frente, e Vitó na ala não se mostrou tanto ao jogo, acabou por não tomar as melhores decisões. Ofensivamente a ideia passou muito por colocar bolas na referência atacante (Malik) para depois ganhar a segunda bola, mas também nos contra ataques rápidos. O facto de jogar com três centrais conferiu-lhes vantagens com bola e sem bola. De resto, a defesa do Casa Pia procurou sempre encurtar espaços para os homens do meio campo, para colocar os dianteiros contrários em fora de jogo e forçar o jogo exterior. O golo trouxe-lhes ânimo e nem com o aproximar do fim do encontro deixaram de pressionar a construção do Feirense. A vitória esteve perto…
Estatísticas
Os golos
0-1 Christian (35 Minutos)
Perda de bola de João Tavares na saída a jogar a partir de trás e Christian a disferir um remate certeiro para o fundo das redes. Brígido não teve hipóteses.
1-1 João Victor (90+1 Minutos)
Contra ataque do Feirense, com Agdon a cruzar e João Victor a encostar para o golo do empate.
2-1 Ícaro Silva (90+7 Minutos)
Livre de Feliz e Ícaro a cabecear para golo. Ficaram algumas dúvidas acerca do posicionamento do capitão do Feirense mas o golo é mesmo validado.
A figura
Ícaro Silva - O capitão Fogaceiro mostrou-se concentrado e assertivo ao longo do encontro. Um golo nos descontos veio premiar a sua boa exibição.
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