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Atlético Madrid 2013/14 – A vitória do Cholismo

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 21 de nov. de 2020

Decorria o ano de 2011 quando Diego Simeone foi apresentado como treinador do Atlético Madrid. O clube andava “perdido” e sem conseguir intrometer-se entre os colossos Real Madrid e Barcelona. Mas o técnico Argentino foi a luta e quatro anos depois viu o seu esforço ser recompensado. Foi campeão Espanhol com 90 pontos, mais três que Barça e Real, numa época em que chegou ainda à final da Champions League (algo que já não acontecia desde os tempos do mítico capitão Luís Aragonês, em 1973/74), que acabou por perder para o rival de Madrid.

 

Texto por José Silva

Para recordar. O Atletico venceu La Liga 18 épocas depois

No dia 17 de Maio de 2014 o Atlético de Madrid escrevia mais um capítulo da sua história. Enquanto festejavam o mais ambicionado título que se disputa em Espanha, acabavam com um jejum de 18 épocas e tudo com uma ideia de jogo pouco vistosa: o Cholismo. O absoluto contraste com o que se havia passado pouco mais de uma década antes, quando andavam mergulhados na segunda divisão. A partir dessa altura, em 2002, foi sempre a subir. O primeiro passo para a afirmação dos Colchoneros foi a vitória na Liga Europa em 2009/10, a que se seguiram outros grandes títulos.

A festa começou em Camp Nou

A 'máquina' estava montada e assentava numa política de contratações acertada, adeptos fervorosos e um treinador que acreditou numa ideia de jogo pouco vistosa. O técnico Argentino foi apelidado de Cholito quando era jogador da formação do Vélez Sersfield e depois tornou-se El Cholo, isto devido à sua atitude combativa dentro das quatro linhas O Atlético e Simeone tiveram (e ainda têm) uma simbiose perfeita, que conseguiu catapultar todos em redor do clube. Os 90 minutos passaram a ser sagrados, tanto para os jogadores, como para os adeptos.


Onze base:

O 4-4-2 assentava num rigoroso processo defensivo

Outros jogadores:

· Toby Alderweireld (D); Emiliano Insúa (D); Koke (M); Óliver Torres (M); Josuha Guilavogui (M); Diego (M); Cristián Rodríguez (A); Adrián López (A); Léo Baptistão (A).


A atacar:

Simeone percebeu rapidamente que tinha de ser muito pragmático se quisesse vencer o Tiki taka do Barça ou os rápidos contra-ataques do Real. Dessa forma, o técnico implementou o Cholismo – os jogadores eram “obrigados” a dar tudo o que tinham em campo e disputar cada lance como se fosse o último. No processo ofensivo, os Madrilenos apostavam principalmente nos contra-ataques. Ao recuperarem a bola na defesa, procuravam combinações e tabelas entre laterais, médios interiores e extremos, para fazer a bola chegar aos avançados. Tanto Diego Costa (28 golos na La Liga, 36 no total da época), como o seu parceiro de ataque (Villa ou Adrián López), eram muito autónomos, podendo percorrer metros sozinhos ou esperar largos minutos, pelo tempo certo para a desmarcação. Os atacantes tinham ainda grande capacidade física e atacavam bem o jogo aéreo, pelo que quando o contra-ataque não tinha sucesso, procuravam as trocas de bola junto à linha e os cruzamentos para a área. Nas bolas paradas eram igualmente temíveis.

A defender:

Na baliza Courtois fez uma época sensacional, onde sofreu apenas 26 golos – melhor defesa do campeonato Espanhol - que o levou a ser titular no Chelsea, na temporada seguinte (estava emprestado ao Atlético). Os centrais eram muito experientes, o que ajudava a equipa a jogar em bloco baixo. Este era o ponto forte da equipa. Gostavam tanto de não ter a bola como o Barcelona de a ter. As linhas estavam sempre muito baixas, com os médios (quase) “colados” aos defesas e os avançados aos médios. Por vezes, um dos avançados descia, também, para ficarem três homens no centro do terreno. Cada jogador pressionava, intensamente, quando a bola entrava no seu raio de ação, tendo o sempre um companheiro de equipa atrás e ao lado, a compensá-lo. Perdas de bola no ataque, eram sinónimo de pressão rápida, se não estivesse a resultar baixavam de novo as linhas.


A concorrência:

-Barcelona

A equipa treinada por Tata Martino teve uma época para esquecer. Numa altura em que o Tiki Taka estava a entrar em declínio para os lados da Catalunha, os Blaugrana perderam o campeonato na última jornada (precisamente frente ao Atlético de Madrid, após empate a um golo) e a final da Copa do Rey frente ao rival Real Madrid. No que toca a jogadores, continuavam a ter alguns dos melhores da Europa, como Víctor Valdés (GR); Gerard Piqué (D); Dani Alves (D); Xavi Hernández (M); Cesc Fàbregas (M); Andrés Iniesta (M); Neymar (A); Messi (A) ou Alexis Sánchez (A). Algo que não impediu a eliminação nos quartos de final da Liga dos Campeões, uma vez mais, frente ao Atlético...

-Real Madrid

Ao Italiano Carlo Ancelotti foi pedido o habitual para qualquer treinador que ingresse no gigante de Madrid – Ganhar tudo! Contudo falharam no objetivo La Liga, pelo que rapidamente se viraram para o objetivo La Décima, ou seja, ganhar a liga dos Campões pela décima vez na sua história. O objetivo foi conseguido, e para gáudio dos adeptos, às custas do grande rival de Madrid, a quem venceram na final. Acabariam também por vencer a Copa do Rey. Neste plantel de luxo estavam por exemplo, Iker Casillas (GR); Raphael Varane (D); Sérgio Ramos (D); Marcelo (D); Luka Modric (M); Isco (M); Ángel Di María (M); Karim Benzema (A) ou Cristiano Ronaldo (A).

Outras competições

Mas nem tudo correu de feição a este Atlético. No que às competições internas diz respeito, começaram por perder a Supercopa, frente ao Barcelona. Mais à frente seriam eliminados nas meias finais da Copa do Rei, frente ao Real Madrid. Por outro lado, a campanha europeia dos Colchoneros é de se recordar. Depois de uma fase de grupos imaculada (5 vitórias e 1 empate), conseguiram eliminar ainda o Milan (ITA), Barcelona (ESP) e Chelsea (ING) até chegar à final, que teve lugar no Estádio da Luz, em Lisboa. Mesmo jogando contra o arquirrival e equipa com mais títulos na competição (nove à data), os comandados de El Cholo Simeone, estiveram em vantagem quase uma hora de jogo. Um golo solitário de Sérgio Ramos, na sequência de um canto, levaria o jogo para prolongamento, onde a equipa sofreria mais três golos, como consequência do cansaço físico e (principalmente) psicológico a que o jogo obrigou.


Diego Simeone, um treinador convicto nas suas ideias

E foi dessa forma que Diego Simeone pôs termo à hegemonia de Barcelona e Real Madrid. Pôs também fim, às ideias que davam como impossível vencer sem jogar “bonito”.






Espero que tenham gostado. Se assim foi, partilhem.


 
 
 

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