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AS Mónaco 2016/17 - No Jardim das maravilhas

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 23 de nov. de 2020

A liga Francesa sempre foi pródiga em períodos hegemónicos. Foi assim com Marseille (1989-92), Lyon (2002-2008) ou Paris SG (2013-16 e 2018...) por exemplo. No caso dos Parisienses, houve um intervalo nesse domínio às custas do 'Super Mónaco' de Leonardo Jardim. No auge do seu projeto desportivo e financeiro, os Monegáscos superaram o favoritíssimo PSG - conquistando a Liga Francesa 17 anos depois - e deixaram a Europa do futebol boquiaberta ao atingirem as meias finais da Champions League.

 

Texto por José Silva

Para recordar. O mónaco pôs fim à hegemonia do PSG

O início

Muitos poderão pensar que esta conquista foi fruto da sorte ou de um deslize do Paris SG, mas o oitavo campeonato conquistado pelo Mónaco foi muito mais do que isso. Tudo começou em 2011, quando o Bilionário Russo Dmitry Rybolovlev se tornou acionista maioritário do clube Francês, que na altura se encontrava no último lugar da Ligue 2 com apenas uma vitória em 18 jogos. A partir daí foi sempre a subir.

Os investimentos

Com uma das maiores fortunas a nível mundial, Rybolovlev não se fez rugado na hora de investir no clube do principado. A começar pelo treinador Cláudio Ranieri, passando pelo majestoso centro de treinos, La turbie, e acabando em jogadores de classe (como Ocampos, Ferreira Carrasco ou Jakob Poulsen), o Mónaco foi-se revitalizando.

Em 2012/13 conseguiram a subida de divisão e no ano seguinte os salários "dispararam". Com a importante ação do diretor técnico Luis Campos (o Português assumia grande preponderância nas transferências), Sergio Romero (GR), Ricardo Carvalho (D), Abidal (D), João Moutinho (M), James Rodríguez (M), Toulalan (M) ou Berbatov (A) ingressaram na equipa que foi vice campeã no regresso à Ligue 1.

Mudança de rumo

Contudo o Fair play financeiro da UEFA começou a "apertar" e o Mónaco teve mesmo de apontar noutra direção. O projeto estava agora centrado na valorização de jogadores jovens, pelo que Leonardo Jardim - treinador que no Sporting CP havia conseguido uma das melhores épocas dos últimos tempos, com muitos jogadores jovens - foi o escolhido para liderar a equipa.

Nas primeiras duas épocas não conseguiu ir além do terceiro lugar no campeonato. Mas nas competições Europeias a equipa ia surpreendendo, o que ajudava na valorização de jogadores. Começava a aparecer um tal de Mbappé...

A glória

Ao final do terceiro ano no principado, Leonardo Jardim conquistava finalmente a glória na Ligue 1. No auge do projeto desportivo, o clube aliou a irreverência dos mais jovens à experiência dos mais velhos.

Na liga dos Campeões conseguiram alcançar as meias finais, sendo apenas ultrapassados pela Juventus. Para trás ficaram por exemplo Manchester City e Borussia Dortmund, eliminados em jogos verdadeiramente emocionantes.

O onze base:

Outros jogadores:

  • Elderson (D); Almamy Touré (D); Andrea Raggi (D);

  • João Moutinho (M); Gabriel Boschilia (M); Adama Traoré (M); Kévin N´Doram M);

  • Nabil Dirar (A); Valère Germain (A); Guido Carrilho (A).

Como jogavam

  • A atacar

O seu ponto forte eram os contra-ataques rápidos, mas também optavam muitas vezes por circular a bola de um lado ao outro, na busca pelo homem livre na frente. Aliavam o jogo interior de Bernardo Silva e Lemar à largura oferecida por Sidibé e Mendy. De resto o jogo ofensivo da equipa passava muito pelos cruzamentos feitos pelos laterais. Quem normalmente construía o jogo a partir de trás era Fabinho, que após se juntar aos centrais nas saídas a jogar, procurava "esticar" o jogo com passes longos para as laterais. Mais à frente encontrava-se Bakayoko, que se assumia como o Box-to-Box no meio campo. A grande referência atacante da equipa era Mbappé (o prodígio de 18 anos apontou 26 golos), que tinha ao seu lado Falcão (ponta de lança mais fixo e mais direcionado para o jogo direto) ou Germain (avançado mais móvel, com capacidade para abrir espaços).

A defender

A equipa juntava-se em bloco de modo a fechar espaço entre linhas. Lemar e Bernardo Silva encostavam-se aos médios interiores quando a bola estava no lado oposto ao seu, enquanto que os avançados pressionavam ou fechavam a linha de passe. Os centrais faziam muito bem as dobras aos laterais e reduziam bem os espaços nas costas dos médios.


Veja alguns vídeos em:

A concorrência

  • Paris SG

O PSG era dono e senhor das competições a nível interno, pelo que no horizonte estava a Liga dos Campeões. Nesse sentido apostaram em Unai Emery (vinha de três conquistas seguidas da Liga Europa, pelo Sevilla) para suceder a Lauren Blanc. Um estratega por natureza, Emery inicialmente sentiu dificuldades em assumir um jogo de controlo e domínio absoluto (a que o PSG estava habituado) nos jogos em França. Ainda assim conseguiram ser a melhor defesa do campeonato, embora tenham ficado a oito pontos do Mónaco, no 2º lugar da Ligue 1. Na Europa chegaram a prometer, mas foram eliminados pelo Barcelona, numa eliminatória que ficará na história como uma das mais emocionantes de sempre (desperdiçaram uma vantagem de 4-0 trazida da primeira mão).

Nesta equipa estavam jogadores como, Thiago Silva (D), Aurier (D), Marco Verratti (M), Draxler (M), Dí Maria (A) ou Cavani (A) - que apontou 49 golos em 50 jogos.

  • Nice

A equipa era comandada por Lucien Favre, um técnico apologista do futebol associativo. Dessa forma a formação do Nice jogava com grande qualidade desde a defesa. Imperavam as tabelas e movimentações rápidas.

No clube localizado perto das margens do Mediterrâneo estavam por exemplo, Ricardo Pereira (D), Dante (D), Jean-Michaël Seri (M), Cypren (M), Pléa (A) ou Mario Balotelli (A).


Top vendas do Mónaco (na era Leonardo Jardim)

Leonardo Jardim. Foi Rei no Principado

Apesar das grandes vendas, nos anos seguintes a qualidade da equipa foi decrescendo. Os jogadores que foram contratados não se mostraram a altura dos acontecimentos e isso refletiu-se no futebol da equipa (nos 3 anos posteriores ficaram em 2º/17º/9º).

Leonardo Jardim, outrora considerado um Deus no principado, acabou por ser despedido em duas ocasiões (regressou e saiu de novo).

Para a História fica uma equipa enérgica e empolgante que encarou cada desafio com o prazer e a alegria de jogar futebol.








Espero que tenham gostado. Se assim foi, partilhem.


 
 
 

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