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Arsenal 2003/2004 - The Invencibles

Foto do escritor: José SilvaJosé Silva

Atualizado: 12 de set. de 2020

Nos últimos anos foram poucas as vezes que o Arsenal conquistou títulos. Se a isso juntarmos o futebol lento e previsível que os Londrinos vinham praticando nos últimos tempos, percebemos o porquê da #Wengerout. Numa altura em que faz sensivelmente um ano que o mítico treinador Francês deixou o clube, recordo aqui um dos seus maiores feitos. Espero que gostem.

A campanha de 2003/04 dos Gunners ficará para sempre marcada na memória dos adeptos do Arsenal e do futebol em geral - 38 jogos, 26 vitórias e 12 empates, 73 golos marcados e 26 sofridos, 90 pontos.

 

Texto de José Silva

Para recordar. O Arsenal não perdeu para o campeonato na temporada 2003/04

Os comandados por Arsene Wenger aliaram bom futebol a recordes e ao título da Premier League. O treinador Francês mostrou-se um verdadeiro visionário e com os seus métodos inovadores alcançou a glória na competição por três ocasiões, durante o período dourado do Manchester United. Mas desenganem-se os que pensam que este foi apenas mais um título de campeão, a juntar ao enorme palmarés do clube que veste de vermelho e branco. De facto os Londrinos fizeram algo inédito na história da competição. Venceram a Liga sem uma única derrota ao cabo de 38 jogos, tendo-lhes sido atribuído um troféu de ouro como homenagem pelo grande feito.

Também não é verdade que esta magnífica temporada tenha “caído do céu”, já havia indícios que levavam a antever algo glorioso. Senão vejamos:


· Em 1998/99 sofreram apenas 17 golos ao longo de 38 jogos, o que configurou outro recorde da Premier League - tornaram-se a melhor defesa de sempre de um vice-campeão;

· Em 7 anos, ganharam o campeonato três vezes e ficaram em segundo lugar em quatro ocasiões;

· No mesmo período alcançaram 4 finais da taça de Inglaterra (THE AF CUP) vencendo em três ocasiões.


Enquanto isto, praticavam um futebol de grande qualidade. Talvez o maior “culpado” seja Arséne Wenger, já que o treinador Gaulês desde a sua chegada procurou alterar o que se fazia no clube. Começando na alimentação, passando pelos treinos e acabando na política de contratações (passou-se a “fabricar” as estrelas mundiais para não ter de as comprar), o clube revitalizou-se.

Contudo a época 2003/2004 não começou da melhor maneira, já que perderam nos penáltis, frente ao Man. United, a FA Community Shield.

Por outro lado tiveram uma boa prestação na Champions League (competição que viria a ser conquistada pelo FCPorto), na qual, alcançaram os quartos de final de onde sairiam

vergados pelo Chelsea.


O onze base:











Outros jogadores:

Willtord (a); Reyes (me); Parlour (mc); Fabregas (mc); Senderos (dc); van Bronckhorst (de); …

Organização Ofensiva

A equipa do norte de Londres apresentava-se em campo com um futebol superatacante: Os laterais (Lauren e Cole) assumiam uma grande preponderância ofensiva; Gilberto recuava para o meio dos centrais (movimento muito comum atualmente, mas não na altura); os extremos faziam sempre movimentos interiores na busca da bola e do espaço; Pirès e Henry permutavam de posição, para aparecerem em zonas de finalização, onde eram muitas vezes servidos pelo “mágico” Bergkamp.

A equipa jogava com grande rapidez (o que baralhava as marcações adversárias) e raramente abdicava da construção de qualidade.

Essa velocidade permitia também que os contra-ataques fossem letais.

Thierry Henry sagrou-se o melhor marcador do campeonato com 30 golos, mais 8 que Alan Shearer (Newcastle).

O que mudou?

Atualmente o futebol em Inglaterra não é em nada semelhante ao que se praticava à altura. Agora já se joga um futebol muito pouco inglês - certamente pelos muitos estrangeiros que anualmente ingressam nos emblemas Britânicos. Grande parte dos clubes jogam um futebol muito tático, muito estratégico em que as características coletivas das equipas são sobrevalorizadas em relação às características individuais dos jogadores (influências que se fazem sentir um pouco por todo o mundo, é certo). Ora, esta equipa do arsenal era a completa antítese disso, uma vez que jogava um futebol associativo entre os jogadores, mas sempre com o seu toque pessoal em cada jogada. Dessa forma Wenger mudou o paradigma do clube (estendeu a sua ideia de jogo a todos os escalões de formação do mesmo) e do país (a partir daí começaram a surgir formas de jogar diferentes - nomeadamente com Mourinho – o que foi eliminando paulatinamente o kick-and-rush).

A concorrência

Os concorrentes não tiveram hipóteses, mas não foi por falta de qualidade. Vejamos quais eram, então, os principais adversários na luta pelo título:

- Chelsea

O rival londrino contava com jogadores de calibre como Marcel Desailly (D), John Terry (D), Claude Makeléle (M), Frank lampard (M), Juan Verón (M), Hernán Crespo (A) ou Gudjohensen (A) e o técnico era o experiente Claudio Ranieri. Os blues ficaram a 11 pontos no campeonato, mas na supercompetitiva Champions Legue chegaram às semifinais (eliminaram precisamente o Arsenal para lá chegar). Nos dérbis de Londres, perderam por duas vezes (por 2-1) com o maior rival da cidade.

- Manchester United

Os comandados de Sir Alex Fergunson eram uma verdadeira constelação de estrelas. Contava nas suas fileiras com Barthez (GR), Rio Ferdinand (D), Paul Scholes (M), Roy Keane (M), Van Nitselroy (A) ou o jovem Cristiano Ronaldo (A). Mas não foi uma época ao nível dos Red Devils. No campeonato, foram anulados nas duas ocasiões em que defrontaram o Arsenal - igualdades a zero e a um golo. A juntar à supertaça, venceram a F.A. cup, algo que não apagou o 3º lugar na Premier League e a surpreendente eliminação dos oitavos da Champions aos pés do F.C. Porto.

Mas nem só de candidatos ao título se fazia o campeonato. O Newcastle, orientado por Sir Bobby Robson, fez a vida negra aos Londrinos, empatando a zero um jogo e perdendo “apenas” por 3-2 no outro. A meio da tabela, Portsmouth, Charlton Athletic ou Birmingham City foram algumas das equipas que travaram a senda vitoriosa dos Invencibles. A prova da competitividade da liga Inglesa estava também no fundo da tabela. Os três últimos classificados da competição foram despromovidos com impressionantes 33 pontos (Leicester City, Leeds United e Wolverhampton).

arsene wenger - Um treinador revolucionário

Esta equipa ficará para sempre na história do futebol, tendo marcado indelevelmente a primeira década do séc. XXI. Infelizmente com o investimento feito pelos londrinos no Emirates stadium e com o crescimento financeiro dos clubes Ingleses em geral (e dos londrinos em particular), o Arsenal tem perdido cada vez mais fulgor.


Espero que tenham gostado, se assim foi partilhem.



 
 
 

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